quinta-feira, 29 de março de 2007

O Trabalho da Mulher Vêneta

No Rio Grande do Sul, como também já no Vêneto, as famílias de imigrantes eram quase sempre muito numerosas, contanto muitas vezes mais de dez filhos em um casal. Assim, praticamente a cada dois anos uma mulher tinha um filho e com eles um aumento da sua já pesada carga de trabalho.

As atividades que uma mulher desenvolvia no seio de uma família de imigrantes eram variados e pesados: além do trabalho de acompanhamento do crescimento e educação dos filhos, cabia também à mulher todas as atividades da casa como cozinhar, lavar, costurar e remendar as roupas de todos, cuidar da horta e dos animais doméstico, ordenhar as vacas, cuidar dos doentes e pessoas idosas da família e se estendia com o trabalho no campo ajudando o marido no trabalho nas roças e em serviços artesanais.

A jornada de uma mulher começava muito antes do alvorecer, sendo a primeira a levantar, para só terminar à noite, após preparar o jantar e finalizar os trabalhos de costura. Foi este trabalho duro e esta dedicação exclusiva à família da mulher vêneta fatores decisivos para que aquela emigração desordenada tivesse êxito aqui no nosso estado.

Foram elas que tornaram possível a fixação do homem à terra além de manterem sempre vivas as tradições da língua, religiosidade, cultura e gastronomia dos Vênetos.

sábado, 17 de março de 2007

A Mulher Vêneta no início da imigração


Na família, até muito pouco tempo atrás, o pai ou o marido detinham a autoridade total da casa. Distribuiam tarefas e determinavam eles todas as atividades a serem cumpridas em uma propriedade.

Considerada menos importante que o homem, a mulher era muitas vezes privada do direito ao estudo em vantagem dos homens e sempre deixada de fora da herança familiar da terra.

À mulher trabalhava incessantemente, mergulhada nas pesadas ocupações agrícolas e domésticas tarefas e deveres precisos dos quais não podia refutar.

O dia de trabalho da mulher camponesa iniciava ainda antes do alvorecer com a ordenha das vacas, fazia todo o trabalho da casa, desde as refeições, a feitura do queijo até a costura, o remendo das roupas para toda a família, a confecção da lã e dos chapéus de palha usados como proteção ao sol nas lidas do campo.

Terminava a sua dura faina diária somente a noite, depois de servir o jantar para a família. A primeira levantar e a última a deitar.

O analfabetismo femenino era muito elevado e segundo dados apurados chegava até perto de 80% entre as primeira mulheres imigrantes que chegaram ao Rio Grande do Sul.

Nas palavras da autora do livro "Brasile per sempre" Francesca M. Raouik: "depositária e guardiã dos principais conteúdos do patrimônio étnico dos emigrantes, a mulher preservou da extinção modelos de vida e valores camponeses do fim do século XIX, com costumes, linguagem e usos típicos desta cultura que, graças a maternidade, puderam ser conservados e transmitidos às novas gerações".

A Imigração Vêneta no feminino



É a mulher que mantém vivas as tradições vênetas, conservando e transmitindo cantos, orações, histórias de vida e da terra natal, pratos de cozinha, língua, provérbios...

"A emigração no feminino foi por decênios desconhecida, apesar de que mulheres, mães e filhas tenham tido sempre um papel determinante nas vicissitudes migratórias, em modo particular nos decênios do êsodo em massa para os estados centro-meridionais do Brasil, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde mais que trabalhadores braçais isolados, emigravam inteiras famílias".

"Presença humilde e silenciosa, sempre submetida ao homem, pai ou marido que fosse, a maior parte das vezes analfabeta, privada dos direitos hereditários, exclusa da instrução e do uso do dinheiro, submetida desde menina à rítmos massacrantes de trabalho, que iniciavam com o escuro e com ele terminavam, a contribuição da mulher foi decisivo para o alcance dos projetos dos emigrantes".

Texto do ex-presidente nacional da ANEA, Aldo Lorigiola, no prefácio do livro "Brasile per Sempre", da autora Francesca M. Raouik.

"Firmes como rochas a enfrentar a fome e a miséria no Brasil, o componente feminino da imigração vêneta contribuiu com o próprio sacrifício para a posse e a fixação dos "italianos" em uma terra nova e às vezes inóspita". Texto de Silvia Costa.


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